Em 2022 tivemos oscilações climáticas jamais percebidas e sentidas pela sociedade global, desastres ambientais com devastações de vidas humanas sem precedentes, contaminações e doenças em grande escala do tipo pandemias, aumento nas emissões de gases com efeito estufa da atmosfera, que por sua vez provocam diversas doenças em grande escala, perdas de safras inteiras de alimentos necessários à sobrevivência das pessoas e muitos outros efeitos indesejáveis provocados pelas atividades humanas e suas interferências na natureza de forma desequilibrada e sem uma adequada governança e gestão ESG.
Empresas que de fato estão comprometidas por meio das suas iniciativas e compromissos ESG, evidenciam em seu plano estratégico de sustentabilidade a questão das emissões de GEE como um divisor de entendimentos dos acionistas, donos, fornecedores, colaboradores, clientes e todas as demais partes interessadas nos negócios. O plano deve refletir exatamente o caminho para o alvo e a missão de todos em busca de fortes e positivos resultados dos processos de governança e gestão ambiental e social corporativa.
Nos desdobramentos de objetivos e metas de sustentabilidade, observamos certa priorização de projetos de capital que tenham em seu nascimento e aprovações pelos conselhos de administração, medidas e ações efetivas para redução de emissões em todos os setores, unidades e áreas emissoras, onde uma meta clara sobre o que é preciso alcançar deve ser estabelecida e perseguida.
Estilos e formatos de vida e comportamento corporativo precisam ser modificados, políticas e normas devem ser revistas e criadas, infra-estrutura e tecnologias em vigor já não são suficientes para sustentar a disponibilidade dos recursos naturais no futuro e, olhando mais de perto as empresas em todas as indústrias, percebe-se certa fragilidade no gerenciamento efetivo dos resultados de sustentabilidade pela falta de compreensão clara dos gestores sobre os caminhos de mitigação que estão disponíveis para melhorias nas suas áreas, processos e equipes.
Do ponto de vista da sociedade este cenário não é diferente, as atenções para as questões da sustentabilidade ainda não estão sendo consideradas de forma adequada pelas famílias e comunidades locais e globais. Ainda ocorrem, de forma crescente, grandes movimentos humanos que desrespeitam os princípios básicos de sobrevivência futura como utilização dos recursos hídricos, dos gases, energia, minerais, alimentos e muitos outros. Grande parte deste comportamento de massa é função de um modelo econômico e de produção ultrapassados e que a grande maioria das pessoas também não tem conhecimento dos caminhos de mitigação disponíveis e, o mais importante, a forma, como elas podem ajudar em casa, na escola ou no trabalho a reduzir emissões de GEE.
Novos Governantes e Gestores para os Novos Desenvolvimentos
Choques como pandemias e diversas catástrofes ambientais motivaram alguns movimentos importantes da economia, principalmente junto as indústrias intensivas em consumo de energia e emissões líquidas de GEE. Há uma demanda urgente para novas mentes com contínuas buscas para mudar e inovar as oportunidades de mitigação por meio da aplicação equilibrada da eletrificação e do hidrogênio, atualmente as duas principais oportunidades de mitigação, além de observarmos os custos de eletricidade renovável cairem rapidamente.
O foco deve estar na demanda de uso final da indústria, na eficiência dos materiais, na intensificação das medidas de reciclagem e na maior e melhor qualidade de produtos e serviços. Para um novo contexto e resultados diferentes, são necessárias implantações de novos processos e práticas de produção a fim de alcançar as metas estratégicas de sustentabilidade - emissões.
Esta industria é composta pelas mineradoras de minérios e minerais, manufatureiras, de construção e de gestão de resíduos. Juntas formam a maior fonte de recursos globais de emissões de GEE e CO2, que envolvem a combustão indireta e direta de combustíveis relacionados a movimentações e transportes, emissões de processos industriais e de produção, bem como a utilização de resíduos. Como fornecedores de minérios para indústria pesada, este setor é critico para os avanços e alternativas de novas tecnologias de mitigação de emissões.
A indústria pesada hoje corresponde em média a 65% da produção de GEE e mais de 70% das emissões industriais de CO2 (fora resíduos). O desafio aqui é enorme pois a intensidade de capital e a vida útil de equipamentos em comparação com outras indústrias são muito mais complexos. Governar e gerir a transição para zero emissões nas empresas que fazem parte deste setor, requer métodos e ferramentas além dos atuais utilizados, como por exemplo, troca de combustível, descarbonização da energia, gestão da demanda e eficiência de recursos, uso final de materiais, economia circular, matérias primas, captura e uso de carbono, eficiência energética, destacando o envolvimento e participação de toda a cadeia de valor daquela indústria, principalmente junto a produção de materiais primários.
Investir cuidadosamente nos processos de Governança e Gestão Ambiental e Social - ESG é uma decisão acertada a ser considerada. Conselhos de administração devem assumir a posição de direcionadores e "donos" da transição do seu setor de atuação, alavancando a geração de valor econômico, ambiental e social de forma harmônica e equilibrada, transparente e em conformidade com as melhores práticas de sustentabilidade corporativa.
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